Bons resultados no segundo trimestre de 2021 e vendas em alta são alguns dos fatores que explicam o bom momento para o setor imobiliário no Brasil. As vendas de imóveis cresceram 26,1% em todo o país no ano passado, e para este ano, a expectativa é ainda melhor: um aumento de 30% nas vendas e de 40% nos lançamentos.
Para Marcel Zambello, analista do BTG Pactual digital, as empresas do setor têm mostrado resultados interessantes. “O setor é um dos mais quentes do Brasil. Para além do aumento das vendas, o crédito continua bastante competitivo apesar do aumento da Selic, com juros bastante atrativos pro consumidor”, afirmou Zambello no programa Abertura de Mercado desta quarta-feira, 25.
Por outro lado, o aspecto macroeconômico pesa negativamente. “O mercado continua passando por uma aceleração brusca na taxa de juros, que deve fechar 2021 na casa de 7,5% ao ano. Os custos de construção também estão acelerando com mais força do que o esperado”, destacou.
A expectativa é que o setor fique pressionado entre os bons resultados das empresas e os sinais negativos com a expectativa de altas mais fortes na taxa de juros devido ao avanço da inflação.
Na véspera, ações de empresas de construção foram destaque do Ibovespa, com a Cyrela (CYRE3) disparando 12,63% após o Bradesco BBI iniciar a cobertura do papel com recomendação de compra. No entanto, o setor pode ficar no campo negativo à medida que investidores avaliam os resultados do IPCA-15, indicador considerado a prévia da inflação no País.
Divulgado pelo IBGE, o IPCA-15 cresceu 0,89% em agosto, acima do esperado pelos economistas. O valor foi o maior registrado para o mês desde 2002. Com isso, o índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses.
Fonte: Guia Exame Invest